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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Colégio suspende 107 alunos após protesto contra câmeras nas classes


Alunos do Rio Branco dizem que não foram informados sobre equipamento.
Diretoria alega que suspensão foi por causa de série de atos de indisciplina.

Vanessa Fajardo*Do G1, em São Paulo
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Um grupo de 107 alunos do ensino médio do Colégio Rio Branco, na unidade de Higienópolis, um dos mais tradicionais de São Paulo, foi suspenso nesta terça-feira (25) após um protesto contra a instalação de câmeras de segurança dentro das salas de aulas. A partir desta quarta-feira (26), os alunos já podem retornar às atividades.
A reportagem entrevistou estudantes que não quiseram ser identificados. Segundo eles, as câmeras foram instaladas sem qualquer comunicação prévia e os jovens foram surpreendidos pelos equipamentos nas classes nesta segunda-feira (24). Após o intervalo, os estudantes protestaram sentando no pátio e não voltaram para as salas de aula. De acordo com a diretora-geral do colégio, Esther Carvalho, a suspensão não tem relação direta com as câmeras, mas foi uma medida tomada após uma série de atos de indisciplina dos estudantes nos últimos dez dias.
“Ninguém perguntou ou avisou nada sobre as câmeras. Precisávamos de uma explicação. Na hora do intervalo juntamos um grupo no pátio e ficamos gritando para sermos escutados por alguém da diretoria, mas ninguém apareceu”, diz um aluno.
Um outro estudante explicou que por conta do protesto, as portas que dão acesso às salas foram fechadas e os jovens não conseguiram voltar para as aulas ao término do intervalo. Foi passada uma lista de chamada entre os que estavam no ato, e que por isso perderam as últimas aulas. Somente os alunos que permaneceram nas classes e não participaram do protesto, portanto, assistiram às aulas normalmente, não foram advertidos.
A diretora explica que portas laterais foram abertas para quem quisesse voltar para às classes pudesse subir. "Todas as oportunidades de trabalhar de outra forma foi feita, possibilidade de acesso à aula foi feita", diz Esther. "Quem queria subir, subiu." A diretora explicou que há dez dias os alunos fizeram uma manifestação semelhante após um descontentamento em classe, e foram conversar com a coordenação pedagógica. Na semana passada, um outro problema em sala de aula motivou um novo protesto.
Ainda de acordo com a diretora, "foi uma manifestação pela câmera, mas poderia ter sido por causa da aula de inglês. Eles não são as únicas pessoas desse grupo, são 107 em 1.500 alunos. Não têm o direito de atrapalhar as aulas dos outros."
A diretora diz que o colégio tem há quatro anos um projeto de instalação de câmeras, e os alunos já são monitorados nos laboratórios de química, biologia e informática. Segundo ela, o cronograma previa a instação das câmeras no andar onde ficam as salas do terceiro ano. "Posso não ter dado a devida atenção ao assunto porque a gente já tinha câmeras nos laboratórios filmando os alunos o tempo todo", disse a diretora.
Segundo ela, nenhum pai ou mãe ouvido após a suspensão dos alunos fez uma manifestação formal se opondo à instalação das câmeras nas salas de aula. "A câmera, além de dar maior segurança, pode contribuir com um projeto pedagógico para que o professor aprimore seu trabalho. Sonho um dia gravar aulas para trabalhar pedagogicamente com o professor."
Pais precisam saberO professor de processo penal da PUC-SP, Claudio Langroiva Pereira, disse que a escola errou ao instalar os equipamentos sem um comunicado prévio. Segundo ele, antes de instalar as câmeras, a escola precisaria comunicar os pais e os alunos, principalmente porque os equipamentos captam imagens de pessoas com menos de 18 anos. “Por mais que seja um espaço privado, há o ambiente de convívio social. Os pais tinham de estar conscientes, no mínimo, por meio de uma conversa, até porque há o direito de imagem”, diz o especialista.
De acordo com o consultor em segurança pública, José Vicente da Silva Filho, a escola tem o direito de utilizar os equipamentos, mas o ideal seria ter compartilhado a informação com pais e alunos. "Nas áreas de convivência social, as câmeras são só um olho a mais, porém é necessário compactuar. Se os pais e alunos soubessem o tipo de uso das câmeras, o objetivo das imagens, entre outros, a confusão teria sido evitada."

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