Chantagista de Dieckmann escapou de flagrante
Caso das fotos de Carolina Dieckmann nua foi registrado como furto
O titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, localizada no centro do Rio de Janeiro, Gilson Perdigão, informou que o caso do vazamento das fotos de Carolina Dieckmann nua foi registrado como difamação, furto e extorsão qualificada pelo concurso de agentes, ou seja, quando mais de uma pessoa participou da ação.
Gilson confirmou que o computador da atriz será encaminhado
para perícia. Além do delegado, um técnico de informática também
acompanhou o depoimento de Carolina Dieckmann para tentar identificar
pistas sobre o responsável pelo vazamento das fotos.
Após quase sete horas de depoimento Caroiina Dieckmann e o marido
deixaram a delegacia cercados por seguranças e não falaram com a
imprensa.
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UOL
Logo que começou a ser chantageada por e-mail, há cerca de três semanas,
Carolina Dieckmann procurou um advogado do Rio. Contou-lhe que,
escondido atrás do anonimato, o autor das mensagens exigia o pagamento
de R$ 10 mil. Do contrário, divulgaria as fotos em que a atriz aparece
nua.
O advogado colocou Carolina em contato com autoridades de segurança do
Estado. Sem alarde, tentou-se armar um flagrante. Orientada, a atriz
simulou concordância. Após a troca de mensagens, o autor da tentativa de
extorsão ficou de marcar a hora e o local onde o pagamento seria feito.
Súbito, para surpresa de Carolina e das pessoas que lhe guiavam os
passos, as fotos foram intempestivamente levadas à internet na última
sexta-feira (4). Frustrou-se, assim, o almejado flagrante. Nesta segunda
(7), a atriz compareceu à Delegacia de Repressão aos Crimes de
Informática, no centro do Rio (foto no rodapé).
Prestou depoimento ao delegado Gilson Perdigão. Abriu-se um inquérito.
Nos próximos 30 dias, a polícia vai tentar identificar o responsável
pela subtração das fotos do computador de Carolina Dieckmann. Se
necessário, o prazo da investigação pode ser prorrogado. A atriz
entregou ao delegado dois laptops.
Num, estão armazenadas as fotos que ganharam a internet. Noutro,
encontram-se gravados os e-mails recebidos do chantagista. A primeira
máquina foi retida para ser periciada. A segunda foi devolvida à dona
depois de copiadas as mensagens eletrônicas que interessavam aos
investigadores.
O advogado de Carolina, Antonio Carlos de Almeida ‘Kakay’ Castro, opera
em três frentes. Numa, como já noticiado, pressiona sites hospedados no
exterior para que retirem as fotos do ar. Já conseguiu suprimir as
imagens de dois deles. Noutra, negocia a supressão dos links nos sites
de busca da internet. O Yahoo informou à banca de Kakay, na tarde desta
segunda, que vai atender ao pedido. O Google ainda analisa a petição
extra-judicial que lhe foi encaminhada.
A terceira frente, mais importante na visão do advogado, é a
identificação do criminoso. Fracassados os esforços informais para
chegar ao chantagista, aposta-se agora no sucesso do inquérito policial.
Kakay planejava acionar formalmente a polícia já no final de semana.
Foi impedido pela burocracia. Por mal dos pecados, só a delinguência é
full-time no Rio. A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática não
dá expediente no sábado e no domingo.
A investigação não começa do zero. Kakay conta que trocou idéias com
delegados especializados na apuração desse tipo de delito. Foi informado
de que, na maioria dos casos, o criminoso deixa rastros.
O primeiro passo, disseram os especialistas a Kakay, seria descobrir se a
máquina que armazena as fotos fora manuseada por terceiros. Consultada,
Carolina disse que, há coisa de dois meses, levara o computador a uma
firma de reparos.
“Não posso fazer acusações levianas, mas é evidente que isso terá de ser
averiguado”, diz Kakay. De resto, há os e-mails enviados pelo
chantagista. Imagina-se que será possível farejar o “endereço IP” do
remetente. O IP é o número que identifica a máquina no site provedor.
Kakay lamenta que ainda não exista no Brasil uma legislaçãoo específica
para os crimes praticados na web. “Acho que essa exposição da Carolina e
a coragem com que ela enfrenta o problema podem estimular a reflexão. O
Congresso precisa deliberar sobre esse assunto”, diz o advogado.
Enquanto uma nova lei não chega, forma-se nos tribunais uma
jurisprudência nascida da contingência dos casos concretos. O próprio
Kakay relata que, há um mês, foi procurado por uma mulher que teve
divulgadas num site cenas nas quais aparecia mantendo relações sexuais. O
ex-marido as divulgara.
“Conseguimos na mesma hora uma liminar proibindo que aquilo continuasse
publicado, sob pena de pagamento de R$ 50 mil por dia”, recorda Kakay.
“No caso da Carolina Dieckmann, nosso problema é que alguns dos
principais sites hospedeiros são internacionais. Mas creio que vai
prevalecer o bom senso.”
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