Eles são suspeitos de matar seis jovens no Parque de Gericinó.
Justiça já expediu mandado de prisão contra os cinco homens.
'Juninho' e Jonas (em cima) e 'Sheik' e 'Ratinho' (embaixo) são procurados pela chacina na Chatuba
(Foto: Divulgação / Disque-Denúncia)
O Disque-denúncia divulgou, na noite desta sexta-feira (14), as fotos
dos homens acusados de comandar e participar da chacina que aconteceu na
Favela da Chatuba, em
Mesquita, na Baixada Fluminense. Os envolvidos já tiveram o mandado de prisão expedido pela Justiça na quinta-feira (13).
No último sábado (6), seis jovens foram assassinados no Parque de Gericinó, na divisa entre Mesquita e
Nilópolis,
na Baixada Fluminense. No mesmo dia, outras três pessoas foram mortas
no local pelo mesmo grupo. A prisão foi pedida pela polícia e pelo
Ministério Público.
Foram expedidos mandados contra cinco acusados: Remilton Moura da Silva
Junior, o “Juninho Cagão”; Marcus Vinícius Madureira da Silva, o
“Ratinho”; Jonas Santos Pereira, o “Jonas Pintado” ou “Velho”; Fernando
Domingos Pereira Simão, o “Sheik” ou “Fernandinho” e Luiz Alberto
Ferreira de Oliveira, o “Beto Gordo”.
Segundo o Disque-Denúncia, "Beto Gordo" já está preso. Por isso, não
teve sua foto divulgada. De acordo com a polícia, eles fazem parte do
tráfico de drogas na Favela da Chatuba, em Mesquita, e agora são
investigados pela prática de homicídio duplamente qualificado - por
motivo torpe e mediante tortura ou outro meio insidioso ou cruel.
Ação policial
Cerca de 350 agentes da Polícia Militar e da Polícia Civil realizaram
operações em pelo menos seis comunidades da Zona Norte do
Rio de Janeiro, na manhã desta sexta-feira (14). A ação foi feita com o objetivo de prender os suspeitos de envolvimento na chacina.
As ações ocorreram no Morro do Chapadão, em Costa Barros; no Morro do
Cajueiro, em Madureira; e no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho.
Houve incursões ainda nas comunidades do Job, na Pavuna, além de Final
Feliz e Bom Tempo, em Anchieta. No entorno das áreas de Jacarezinho e de
Manguinhos são realizadas algumas blitze.
Polícia do Rio de Janeiro faz megaoperação e usa
blindado para prender suspeitos por assassinatos
na Chatuba (Foto: Janaína Carvalho/G1)
Nove mortos
Os corpos dos seis jovens mortos na chacina
foram velados juntos na terça-feira (11),
em um ginásio municipal em Nilópolis. O grupo saiu de casa sábado (8),
em Nilópolis, na Baixada Fluminense, para ir a uma cachoeira que fica
próxima à Favela da Chatuba, em Mesquita, e também ao Campo de Gericinó,
área militar do Exército Brasileiro.
De acordo com o delegado, eles teriam sido mortos por morarem em uma
comunidade pertencente à facção criminosa rival aos traficantes da
Chatuba. As vítimas foram encontradas na segunda-feira (10), em uma área
perto da Via Dutra, em Jacutinga.
Elas estavam lado a lado, enroladas em lençóis, nus, amordaçadas e com sinais de facadas e marcas de tiro.
As investigações da polícia apontam para a participação de pelo menos
20 traficantes na chacina, segundo o delegado Júlio da Silva Filho,
titular da 53ª DP (Mesquita).
De acordo com o delegado, além do assassinato dos rapazes, os criminosos também seriam os responsáveis pela morte
do pastor Alexandre Lima,
de José Aldeci da Silva Júnior e de um aspirante a PM.
O delegado disse que todas as mortes foram comandadas por Remilton
Moura da Silva Júnior, conhecido como Juninho Cagão, chefe do tráfico de
drogas na Chatuba. Ainda segundo a polícia, há a hipótese de o PM ter
sido torturado na área do parque pelo grupo criminoso.
Dois menores presos na Chatuba
Também na quinta, a polícia apreendeu dois menores de idade que,
segundo o delegado Júlio da Silva Filho, da 53ª DP (Mesquita), tiveram
participação ativa nas mortes dos seis jovens e de outras três pessoas
no último fim de semana. “Eles constam como executores dos crimes”,
afirmou o delegado.
Os jovens, ainda segundo o delegado, são gerentes do tráfico na
localidade conhecida como Bicão. O delegado explicou ainda que os dois
chegaram a ser indiciados pelos crimes antes de a polícia constatar que
são menores de 18 anos. Mas, como são adolescentes, não podem ser
indiciados pela polícia.
Os adolescentes, no entanto, não admitem participação em nenhuma das
nove mortes. “Eles admitem que são da comunidade, que viram os garotos
na ocasião dos fatos, que conhecem alguns dos nomes que estamos
procurando, mas negam participação no crime”, afirmou o delegado,
destacando que eles foram reconhecidos e que a polícia já tinha
depoimentos de testemunhas sobre a participação deles nos crimes.